De Foz para Foz: de onde vem o Vereador?



De Foz para Foz: de onde vem o Vereador?

O caso da vereadora Rosane B. revela uma grave deformação na escolha de candidatos a cargos eletivos nos municípios. De fato, a sociedade municipal sabe disso e se aproveita disso e quando não se aproveita elege palhaços para “mostrar” sua falsa indignação (Tiririca). E por isso, não tem Autoridade Moral, para julgar esses casos, como os de Rosane B., o que transforma isso em mais um caso deprimente, na luta pela sobrevivência.
O caso de Rosane não é um caso isolado e se repete sem parar, nos três poderes e, em diversos graus e sutilezas: às vezes parentes, às vezes amigos (no sentido de colegas) – agora mesmo - em diversos níveis de interesses, e essas pessoas adensadas ao candidato, pelo candidato e pelo diretório municipal que alavancou a campanha, são “a bagagem de mão”, a “mala sem alça”, desses cargos eletivos. E os vereadores e a sociedade, sabem disso!
A escolha do candidato (a vereador), é a “bagagem de mão”, dos diretórios políticos municipais que obedecem a outros diretórios nos períodos eleitorais (de 2 em 2 anos), depois de eleito, ele tem a obrigação de fortalecer o fundo partidário, aumentar as contribuições partidárias, a própria contribuição do vereador e, principalmente, acesso à economia municipal pelo viés de projetos, que lá na ponta, vão favorecer uns grupos em detrimento de outros, que não conquistaram ou, conquistaram menos poder no meio político municipal. Por isso se confunde política a jogo ou, cassino.
Não vou me dispor a explicar como se cria um candidato nos diretórios políticos em reuniões noturnas em salas improvisadas ao acaso de interesses daqueles que cedem as “salas”, onde acontece uma luta intensa entre facções políticas, ou grupos políticos internos ao partido, de pessoas que nunca estão expostas ao público, porque sabem o que estão fazendo ou, porquê queimariam qualquer candidatura.
Mas digo que, a única forma de se escolher um candidato é, não o escolhendo dessa forma, construída para ser ..., porque aqueles que construíram vão querer a sua parte e vão tê-la, ou não [01] e isso não tem o caráter social, de forma alguma. E infelizmente para a sociedade ..., a parte desses agentes, que “movimentam a política nos bastidores”, já foi construída por eles mesmos, em suas organizações políticas, ao longo de anos, de forma, a se manter no poder ou próximo dele “ad infinitum”, o que nega a própria democracia. Veja o caso dos sindicalistas que coincidentemente, são sempre os mesmos, na diretoria e na presidência, mesmo quando a categoria não o comporta de forma alguma e o vê como mais uma instituição, com a qual, até então, era obrigado a contribuir.
Se um sujeito se sente em condições de atuar na política e tem essa vocação, assim como, o cantor e músico se apresenta ao público expondo a sua obra, da mesma forma, deve fazer aquele que se considera apto para a política municipal e ao fazê-lo mostra-se nu, ao povo, sem fingimento ou retaguarda e sem “bagagem de mão”. De outra forma “os meios de comunicação”, deveriam fazer a sua parte, considerando a condição de concessão [constitucional] e a informação ao público, com isso, deveria se preocupar, o Ministério Público.
A estrutura burocrática, para atender 15 vereadores, cabe a câmara, indistintamente, para cada vereador, pois que que paga altíssimos salários, aos concursados e secretários.
De outra forma, um vereador, assim eleito, mesmo sem partido e de preferência, sem partido, deve ganhar bem para poder contratar, se assim achar conveniente e segundo a concorrência entre os pares, ele pode contratar temporariamente ou como preferir, grupos de pessoas para estudos e análises, independente da câmara [02]. Assim como o advogado tem o seu escritório, mas ele, atua no fórum e o fórum não paga seus colaboradores.    
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[01] – Houve um caso simbólico em Foz do Iguaçu, registrado em um livro: “A Frentona”, quando, segundo o livro, as organizações políticas, certa de 16 partidos, elegeram um prefeito e o prefeito não cumpriu com seus acordos. E tiveram a súbita manifestação de se queixar sobre isso, em um livro.
[02] – Recentemente o vereador Kako postou nas redes sociais, que a imprensa que acompanha a câmara não é imparcial (...). Não obstante, não explicou isso. Tudo ficou subentendido e mal escrito. Isso deu margens a diversas interpretações. E o tema com “pano de fundo”, não seria difícil explicar: o aumento do salário dos vereadores! O problema, ao nível nacional, é mais grave e, não é um aumento de 6%, depois de anos, que irá causar transtorno ao erário público. Assim sendo, vale dizer, que na questão do “salário das classes falantes”, função por função, salário por salário, as coisas se equilibram, por ali ..., é uma questão de sobrevivência e <<ambiente cultural>>. Afinal o jornal, qualquer jornal, conta a história da câmara em miúdos, para mais ou para menos. Se mais ou menos, é uma questão de "Autoridade Moral" (do meio político), aquela que não usa porrete e tem mais autoridade que a farda e quando fala os outros "calam a boca". O que não é caso da lei de “segurança na câmara”, que tentaram aprovar. Você há de convir que os assuntos da câmara são, irrelevantes, quando não são coniventes com grupos políticos de estranha ideologia e, quando sabem disso, certamente, não por culpa de cada um dos senhores vereadores. E que essas condições impostas ao ambiente de trabalho da vereança, que seja pelo estatuto, o executivo, os diretórios de partido ..., <<naturalmente>>, por motivos psicológicos de defensiva, os direcionam (...), a interesses próprios, até como uma forma de <<compensação>> (à farsa social), por representar algo, <<que não representa de fato>> [os assuntos da câmara invariavelmente estão no contexto do Estado municipal] e que está sujeito, à maledicência popular, antes mesmo, de poder ser escrito ou editado. Seu “tiro foi certeiro, o alvo, não”, pois que não são os jornalistas, <<a mosca>>, ao contrário, se os usassem, aos jornalistas, de maneira sincera, a probabilidade de a câmara mudar “sua conduta”, seria considerável e esse deveria ser o alvo: o estamento burocrático. Portanto, não se interponha no caminho <<que é trilhado>>, muito antes, de o senhor se sentir um candidato e se o fizer, ou se desejar fazê-lo, use de sua sinceridade, representada por um símbolo em seu pescoço, como uma poderosa arma e pague muito bem um homem de letras, para interpretar o inexpresso e o subentendido.

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