Política de Foz e, um quebra-cabeças


    Política de Foz e, um 

quebra-cabeças



Parte 1

Continua nebulosa essa questão da prisão de 12 vereadores e, a liberação - completa - de três vereadores (Bobato, Vitorassi e Gessani). Dos 12 vereadores, creio que 5 foram reeleitos e desses, um assume (Beni R.) a cadeira na câmara. A ação da câmara - de cassação de mandato -, em tese e segundo a opinião pública, ela acontece, primeiro, aos 12 vereadores (e Prefeito) presos e que <<humilharam>> o legislativo (e, o Executivo), mesmo que muitos deles não tenham sido reeleitos, foram cassados, em tese. A princípio é como o "soldado" que comete ato-falho, no exército e é exonerado, isso fica na sua ficha para sempre. No segundo momento, acontece a cassação dos que foram reeleitos .... Esta sim, tem efeitos midiáticos imediatos e também corroboram com a tese de que não houve a primeira cassação, conforme exposto neste parágrafo. E mesmo essa segunda cassação dos vereadores reeleitos pelo legislativo, ela comete o ato-falho de excluir Beni R. O que <<deveria>> abrir um precedente aos outros vereadores, porque não justifica - ao público - o porquê do privilégio dado a Beni R. Um privilégio que será renovado quando Beni R. assumir a Presidência da Câmara; obviamente, é o legislativo reafirmando a inocência moral de B. Rodrigues e não, factual, do que realmente aconteceu por ele ter sido “confundido” aos outros vereadores recolhidos. De alguma forma essa aventura à moda de "Papillon que foge, da Ilha do Diabo", deve estar nos autos do processo. Seria interessante conhece-la. De outra forma, nenhum vereador se usou desse precedente dado a Beni Rodrigues. O que em tese, causa dúvida e estranheza ao caso. Posso supor que Beni R., tenha auxiliado a justiça na elucidação do ocorrido. Coisa que, outros, se mantiveram alheios ao caso, como se nunca tivessem participado daquela gestão e sequer tivessem conhecido o grande protagonista do caso: o empresário que supostamente distribuiu propinas, pelo privilégio do serviço que prestou ao município.

Parte 2

Vendo o mesmo caso sob o espectro político, há uma confluência dos “mandatários locais da política” em perder os anéis ao invés dos dedos, além de uma luta política de “reputações”. Esses momentos dramáticos dos blocos políticos em F. do Iguaçu, creio que aconteça em dois períodos marcantes: o primeiro foi o julho de 2005, quando do fenômeno do “mensalão e o PT”. Quando Vitorassi do PT, ocupava o carago de vice-prefeito e, “coincidentemente”, Paulo B. do PT, abre a vaga de deputado á Vitorassi ..., abrindo espaço ao PCdoB, com Chico B. Obviamente que isso ocorre em função do drama que vivia e vive a esquerda e não queriam “aliar” esse drama à prefeitura de Foz (...). Certamente, que todos os mandatários, tanto políticos, quanto as principais corporações privadas e, o turismo, já estavam comprometidos, e a ideia era que isso continuasse oculto, e a luta era para desmontar esse cenário de horrores junto às massas populares (votos), no que foram razoavelmente bem-sucedidos até o segundo evento.
O segundo momento é mais dramático e ocorre com a morte de E. Campos do PSB. Posso estar engando, mas Reni foi eleito pelo partido de Ratinho (hoje, governador do PR) e logo em seguida <<migrou>> para o PSB. Sua esposa também foi eleita pelo partido de Ratinho Jr e lá permanece. No segundo mandato de P. M. Donald, em 2010 ele quase que é, “convocado” desde Curitiba a <<evidenciar>> o então deputado R. Pereira e o convida para ser Secretário da Indústria e Comércio em F. do I. É certo que ele não aceitaria, mas abriria o precedente de dar a R. Pereira e, ao PSB mais precisamente, a Presidência da Câmara Municipal que no momento, como terceira grande coincidência, continua com o PSB, no momento mais oportuno às eleições de 2020. Na gestão de 2012 a 2016 os vereadores do PSB eram: Edilio, Beni e P. Rocha. Agora em 2016, apenas B. Rodrigues. Dos dois do PT (Anice e Duso) em 2012, agora em 2016, nenhum. É certo que velhos parceiros do PT foram salvos, os PC’s, o PDT e, o PSB de Beni R. Outra curiosidade apenas, é que Vitorassi em 2012 havia sido eleito pelo PV, quando havia sido escaldado em meados de 2005, em função do descalabro do PT e seus aliados.

Adendo

Tenho ouvido muito sobre, “não pensar o passado” e apenas “ver o presente”. Claro que isso vem de uma base popular, que precisa urgentemente de resultados. É compreensível, mas, um apelo inútil nesta realidade que se recusam a entender. Acabei de ouvir a comemoração da aniversário de uma cidade pequena, onde as afirmações que eles faziam, me pareciam por demais fora do contexto da política atual, de Foz do Iguaçu, quando não mais falam sobre o que eles diziam: “a cidade e o povo trabalham juntos”, “haverá um grande investimento de <<4 milhões>> de reais”, “lutamos para que todos estejam empregados” etc. Ora, recentemente o prefeito de Foz gastou cerca de <<meio milhão>> de reais em caminhonetes para ação política!
Bem, a única forma de entender isso é conhecendo o que foi feito da cidade política e econômica. Se o leitor não sabe qual a estrutura econômica de base de sua cidade, nada sabe sobre a economia. Se o leitor não conhece a luta política interna, nem que sejam as nuances disso, de forma inevitável confundirá “gato por lebre” e sempre agirá a favor da mídia que é subsidiada pelos mandatários locais. Ou seja, será como Sísifu mental: um passo à frente, dois atrás.  

Parte 3

Com a “dança das cadeiras no legislativo”, de F. do Iguaçu, pouca, ou nenhuma coisa de útil se pode tirar disso! A única coisa concreta é a propaganda, o merchandising de uma instituição que desde o início do mandato em 2016 nunca trouxe algo de substancial ao povo de F. do Iguaçu, apenas palavras, promessas e investimentos com o dinheiro de impostos, o que significa que “estes sim”, os impostos devem continuar em alta.
Aquela conversa, de que, “desta vez será diferente” ela ocupou os primeiros dois anos do legislativo com R. Quadros à frente. Uma pessoa digna. Mas infelizmente, política, neste estágio em que, a câmara municipal em hipótese alguma pode se manifestar favoravelmente ao Presidente da República (Bolsonaro), que obteve 70% dos votos na cidade e os mandatários o rejeitam, como uma “peste”. Há algo de muito podre no ar. No geral, é mais ou menos como um coronel de fazenda (...), que perde a pose, mas não perde a influência econômica que exerce no município.
Logo, considerando que o município político, econômico (dessa estrutura econômica específica de F. do I. para o Comércio, neste caso) continua devedor de favores prestados pelos governos passados, na verdade, um mesmo bloco de poder desde 2004, e que não encontra formas de se afastar disso, vão repetir os mesmos feitos de sempre; seja com Anice ou sem Anice, seja com Darci ou sem Darci. Essas “brigas” não fazem parte e não tem relação alguma com a ação – seja ela qual for -, do Legislativo e Executivo. Tudo passa por “jogadas” políticas internas ao mundo político construído em 2004. Mas, algo é evidente, não se fala de Bolsonaro! O fato é consumado, o município peca pela influência estatal, como “um filho acredita, sem reservas, no heroísmo do pai”. Bem, é a função bíblica do filho, mas certamente não, da política.  

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